O crítico Darryl Smyers, do blog Dallas Observer, recentemente publicou uma resenha bem positiva sobre o Avenged Sevenfold. Confira na íntegra (com as fotos de Rachel Parker).
Frequentemente classificados de forma errada como parte dos novos gêneros mais leves do mundo do heavy metal, o Avenged Sevenfold, da Califórnia, é muito mais influenciado pelo metal old school como Judas Priest e Thin Lizzy do que alguns imaginam. Isso esteve óbvio durante o show da banda na noite de sábado no American Airlines Center, que encantou uma arena cheia de metaleiros vestidos de preto.
Ghost BC
Primeiramente entraram os suecos do Ghost BC com roupas satânicas que realmente fazem o inferno em um show. Vestidos de Pontífices zumbis, o vocalista Papa Emeritus II percorreu o palco com uma alegria demente. E embora possa ser tentador considerar o Ghost BC como um mero espetáculo, as músicas são tudo, menos brincadeira. Misturadas em uma interessante influência pop psicodélica, canções como “Monstrance Clock” e “Ritual” são diferentes e devastadoras. O exagerado aspecto demoníaco da banda pareceu agitar pessoas no mosh pit, mas outros reclamaram insatisfeitos. Parece que um poder maior fez com que a última música do grupo inexplicavelmente não obtivesse sucesso.Deftones
Logo em seguida veio Deftones, um dos mais velhos grupos do metal alternativo. Com um set de onze canções e 25 anos de carreira, Chino Moreno e seus companheiros de banda estavam afinadíssimos. Músicas como “My Own Summer” e “Change (In The House of Flies)” foram recebidas com entusiasmo por um mosh pit de mulheres com corpo de surfistas. Ver o Deftones em ação certamente nos faz compreender a longevidade da banda. Na verdade, a energia deles no palco era a mesma de quando fizeram sua primeira turnê.Finalmente, um pouco depois das 9h da noite, o Avenged Sevenfold subiu ao palco. Com um pesado cenário castelo-medieval-em-chamas, a banda começou com um rugido, tocando “Shepherd of Fire” seguida de “Critical Acclaim”. Os guitarristas Synyster Gates e Zacky Vengeance exibiram o mesmo tipo de uníssono de Judas Priest e Glen Tipton. De fato, em “Nightmare”, uma das melhores músicas do Avenged Sevenfold, o estilo da guitarra faz lembrar bastante o início de Judas Priest.
Durante toda a noite, o vocalista M. Shadows agitou a multidão enquanto os outros integrantes definiam um ritmo implacável. Durante a vibrante “This Means War”, parecia que a arena AAC ia expodir. Quando Shadows disse à multidão que amava o Texas e a banda considerava o Estado como sua segunda casa, soou como uma expressão sincera ao invés de um simples “obrigado (nome da cidade aqui)”.
O Avenged Sevenfold é simplesmente uma das melhores bandas da América, seja de metal ou outra coisa. As músicas da banda são intensas, livres de fingimentos e cheias de emoção genuína. Quando Shadows dedicou “Fiction” ao falecido James Owen Sullivan (The Rev), a vibração dos fãs foi de comemoração em vez de ser deprimente.
Curiosamente, quando Shadows reconheceu os atos de apoio, muitas vaias ao Ghost BC eram perceptíveis. Parece que tudo bem falar palavrão, mas não fazer referência ao diabo, pelo menos o da bíblia.
No final, no entanto, os metaleiros presentes no festival tiveram tudo o que poderiam ter desejado com um trio de bandas que mostraram o poder do heavy metal pela primeira vez.