Origem e criação do Deathbat

O Deathbat – o famoso símbolo de caveira com asas de morcego do Avenged Sevenfold – surgiu no início da carreira da banda, como uma forma de representá-la visualmente. Ainda em seus primeiros anos (por volta de 1999-2000), os integrantes perceberam que precisavam de um emblema marcante. Conforme relatado pelo vocalista M. Shadows, eles pediram a um amigo de colégio, Micah Montague, que criasse um desenho para a banda. Montague desenhou a caveira alada e recebeu apenas 20 dólares pelo trabalho – e desde então o design “nunca mais mudou”. Essa primeira versão do Deathbat era um simples desenho em preto-e-branco feito a lápis (que o vocalista guarda emoldurado até hoje) e tornou-se imediatamente associado à identidade do grupo.
A estreia oficial do Deathbat ocorreu na arte do álbum Waking The Fallen (2003), considerado o “álbum de revelação” do Avenged Sevenfold. Na época, o logotipo apareceu inicialmente como parte de uma luva (slipcase) que envolvia o CD, estampando a capa com a caveira, enquanto o encarte interno trazia uma pintura diferente. Com o sucesso da banda crescendo, o Deathbat rapidamente ganhou destaque, figurando nas capas e materiais promocionais dos lançamentos seguintes.
O artista por trás do símbolo

O criador original do Deathbat foi Micah Montague, um amigo de escola dos membros do Avenged Sevenfold. Montague era um artista amador que atendeu ao pedido da banda para conceber um logotipo que os representasse. A escolha de um crânio com asas de morcego combinou com a estética sombria e temática da banda, cujo nome foi inspirado em passagens bíblicas sobre vingança e redenção. Montague conseguiu traduzir esses elementos em um símbolo visual simples e impactante. Infelizmente, Micah Montague faleceu em 2016, mas não sem antes testemunhar seu desenho se tornar mundialmente famoso.
Além de Montague, outros artistas e designers contribuíram para a arte envolvendo o Deathbat ao longo dos anos. Cameron “Cam” Rackam, um amigo próximo da banda, colaborou em diversas ilustrações e materiais relacionados – a ponto de algumas fontes creditarem a ele a arte de capas e encartes em vários lançamentos. Rackam, por exemplo, produziu pinturas originais para o jogo digital Hail to the King: Deathbat (2014) e já expôs trabalhos inspirados nas músicas do grupo. Outro nome importante foi Casey Howard, designer gráfico responsável pela capa de City of Evil (2005) e outros projetos visuais da banda até 2008. No álbum Nightmare (2010), a arte ficou a cargo de Travis Smith, renomado artista de heavy metal. Mais recentemente, no álbum Life Is But A Dream… (2023), o artista Wes Lang foi convidado para reinventar o Deathbat com um estilo minimalista – pintado em preto sobre fundo bege –, dando uma nova interpretação visual ao logo clássico.
Evolução do design ao longo dos anos

Desde sua criação, o Deathbat apresentou pequenas evoluções e variações, mas manteve a essência do desenho original de Montague. A versão clássica – um crânio humano de frente, com um par de asas de morcego abertas lateralmente – permaneceu o ponto de partida. No álbum Waking The Fallen (2003), o Deathbat aparece praticamente em sua forma pura, em branco sobre um fundo preto simples, junto ao nome da banda. Já em City of Evil (2005), o logo foi levado a outro patamar: a arte da capa transformou o Deathbat em um demônio em tamanho humano, montado a cavalo em meio a chamas. Essa interpretação épica, criada pelo designer Casey Howard, expandiu o símbolo para além de um simples logotipo, incorporando-o à cena ilustrada do álbum.

Em 2007, no álbum autointitulado Avenged Sevenfold, a banda optou por uma abordagem minimalista: a capa não trazia nenhum texto – apenas o Deathbat centralizado, em preto-e-branco, invertendo as cores da versão de Waking The Fallen. Esse design limpo reafirmou o quão imediatamente reconhecível o símbolo havia se tornado, capaz de representar o álbum sozinho. Nos lançamentos seguintes, o Deathbat continuou presente de formas diversas. A compilação Live in the LBC & Diamonds in the Rough (2008) exibiu caricaturas esqueléticas dos membros da banda no palco, mantendo a estética “Deathbat” no pano de fundo.

No caso de Nightmare (2010), embora a capa seja focada em uma figura da Morte em um cemitério, o Deathbat marca presença discretamente – pode ser visto esculpido na lápide central junto à palavra “foREVer”, em tributo ao falecido The Rev. Em Hail to the King (2013), a arte voltou às origens: a capa e a contracapa são tomadas por um Deathbat clássico em fundo preto, enfatizando a simplicidade e força do ícone. Já no conceitual The Stage (2016), a banda escondeu um Deathbat camuflado na arte cósmica da capa – as nuvens de névoa formam discretamente o contorno de um crânio, enquanto descargas de luz lembram asas. Essa capa foi criada por um estúdio chamado “Butcher & Baker”, que inclui o Zacky Vengeance, mostrando a banda envolvida na evolução do seu símbolo. Por fim, Life Is But A Dream… (2023) trouxe a mudança mais radical: um Deathbat totalmente redesenhado por Wes Lang, em traços de tinta preta, alinhado ao tom artístico e filosófico do álbum. Apesar dessas variações estilísticas, o núcleo do Deathbat – a caveira com asas – permanece inconfundível, servindo de fio condutor visual através da discografia da banda.
Significado e simbolismo do Deathbat

Para o Avenged Sevenfold e seus fãs, o Deathbat é mais do que um logotipo; ele carrega um forte simbolismo ligado à imagem e às mensagens da banda. Em termos gerais, a combinação de crânio (morte) e morcego (noite/mistério) remete às temáticas de mortalidade, escuridão e elementos sobrenaturais frequentemente exploradas no hard rock e heavy metal.
Dentro do universo específico do Avenged Sevenfold, o Deathbat também pode ser interpretado em consonância com as origens bíblicas do nome da banda. O nome “Avenged Sevenfold” vem de uma passagem bíblica (Gênesis 4:15) relacionada a vingança e perdão divino. Alguns enxergam no Deathbat uma alusão a isso: o crânio representaria a queda e a natureza mortal (o lado pecaminoso da humanidade), enquanto as asas poderiam simbolizar uma ascensão ou redenção – a ideia de algo sombrio que pode se elevar Embora a banda não tenha declarado explicitamente um significado religioso para o logo, essa interpretação conecta o visual do Deathbat com os conceitos de morte e renascimento que permeiam a história do grupo (por exemplo, a transição de uma juventude turbulenta para uma carreira de sucesso, sobrevivendo a tragédias pessoais).

Para os fãs, o Deathbat tornou-se um emblema de identidade e lealdade. Muitos admiradores do Avenged Sevenfold exibem o símbolo com orgulho – seja em camisetas, bandeiras ou até tatuagens no corpo. Receber o “Deathbat” em uma tatuagem é visto por fãs dedicados como um tributo à banda e ao que ela representa emocionalmente. Além disso, após a morte prematura do baterista Jimmy “The Rev” Sullivan em 2009, o Deathbat ganhou um significado ainda mais sentimental para a comunidade: a palavra “foREVer” (com “REV” em destaque) junto ao logo tornou-se um motivo recorrente em homenagens, simbolizando que o legado do membro falecido continua vivo para sempre. Em suma, para a banda o Deathbat funciona como um mascote e brasão de armas, unindo os integrantes sob um mesmo símbolo, e para os fãs ele representa uma ligação com a música e a família Avenged Sevenfold.
Influência cultural e impacto

Não é exagero dizer que o Deathbat se tornou um dos símbolos mais reconhecidos do rock/metal no século XXI. A imprensa especializada o cita como “um dos logos mais reconhecíveis no heavy metal moderno”, tamanha sua difusão dentro e fora do meio. Desde os anos 2000, a figura da caveira com asas estampou “incontáveis camisetas” e produtos associados à banda, ajudando a propagar o nome Avenged Sevenfold mesmo entre quem não é familiarizado com suas músicas. Esse alcance transformou o Deathbat em um ícone pop do metal contemporâneo – similar, em impacto cultural, a mascotes clássicos de bandas como o Eddie do Iron Maiden ou o Snaggletooth do Motörhead, que vão além dos fãs diretos e são reconhecidos como parte da iconografia do gênero.
A adoção apaixonada do Deathbat pelos fãs também gerou uma espécie de “comunidade Deathbat”. Clubes de fãs e fóruns frequentemente incorporam o nome ou a imagem do logo, reforçando o senso de união. A influência do Deathbat se estende a ponto de ter inspirado produtos e eventos específicos – por exemplo, a banda lançou um clube oficial de colecionadores chamado Deathbats Club, que utiliza versões digitais únicas do logo como forma de engajamento dos fãs.
Utilização do Deathbat em álbuns, clipes e produtos oficiais
Desde sua criação, o Deathbat foi amplamente utilizado em praticamente todos os aspectos visuais e de merchandising do Avenged Sevenfold. Nos videoclipes, o Deathbat marca presença. Em alguns casos, ele aparece de forma indireta ou estilizada – seja em elementos de cenário, artes gráficas ou efeitos. No clipe de “Bat Country”, por exemplo, embora o foco seja a estética inspirada em Medo e Delírio em Las Vegas, referências a morcegos e caveiras remetem ao imaginário do logo. A banda frequentemente utiliza a iconografia de asas de morcego e caveiras em seus backdrops de palco e na cenografia de shows – um show típico do Avenged Sevenfold pode ter o Deathbat projetado no telão ou um enorme pano de fundo com o símbolo pairando atrás da bateria. Essa continuidade visual reforça a conexão entre a performance ao vivo e a identidade gráfica do grupo.
Em termos de merchandising e produtos oficiais, o Deathbat é onipresente. A banda comercializa uma grande variedade de itens estampados com o logo: camisetas, moletons, bonés, bandeiras, adesivos, patches, entre outros, muitos dos quais se tornaram peças de colecionador. Desde o início, a venda de merchandise com o Deathbat ajudou a divulgar a marca Avenged Sevenfold – fãs vestindo a caveira com asas se tornaram embaixadores ambulantes da banda. Além do vestuário, o logo aparece em acessórios (pingentes, anéis e cordões com o Deathbat são populares entre os admiradores) e até em instrumentos musicais e equipamentos: não é raro ver a arte do Deathbat estampadas em guitarras, baquetas ou o bumbo da bateria em shows.

Um destaque especial na utilização do Deathbat foi o lançamento do game Hail to the King: Deathbat em 2014. Trata-se de um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, desenvolvido com envolvimento direto dos membros do Avenged Sevenfold, cujo enredo explora a origem mítica do Deathbat em um universo de fantasia sombria. No jogo, o jogador controla Andronikos, um rei ressuscitado que é a personificação do Deathbat, enfrentando demônios no submundo. Esse projeto inusitado transformou o logo em um personagem jogável – efetivamente o Deathbat deixou de ser apenas um desenho e ganhou uma história própria. O jogo veio acompanhado de artes promocionais exclusivas (incluindo novas pinturas do artista Cam Rackam) e mostrou a versatilidade do símbolo em novas mídias.
Por fim, o Deathbat continua sendo utilizado nos materiais promocionais e oficiais do Avenged Sevenfold. Seja em capas de DVDs (como no documentário All Excess, onde o símbolo aparece) ou em lançamentos especiais, a banda mantém o logotipo como elemento central de branding. Em redes sociais e no site oficial, o Deathbat frequentemente figura como avatar ou ícone representante do grupo. Mesmo ao explorar novas direções artísticas, o Avenged Sevenfold mantém um pé em sua tradição visual: o Deathbat evolui em estilo, mas permanece uma constante, unificando toda a era da banda sob uma mesma imagem emblemática.