Em 2003 o Avenged Sevenfold lançava o Waking The Fallen, álbum que marcou uma importante fase de amadurecimento da banda, até então evidenciada pelo estilo metalcore, e abriu os caminhos a uma nova vertente: o hard rock. Agora, 11 anos depois, a banda traz o compilado à tona em uma edição especial intitulada de “Waking The Fallen: Resurrected“.
O Deathbat Brasil está lançando uma série especial de matérias para aprofundar o conhecimento dos fãs sobre este segundo álbum, focando, claro, no relançamento do disco que conta com 12 faixas originais, uma versão alternativa de “Second Heartbeat”, quatro demos e sete faixas ao vivo – além de incluir um DVD com um documentário filmado ao vivo e duas versões do vídeo da música hit do álbum, “Unholy Confessions”. Confira!
Concurso Cultural: Leve na faixa o Waking The Fallen: Resurrected
• PARTE 1: Retrospectiva do Waking The Fallen
Em 2003, o Avenged Sevenfold se encontrava no início de uma longa jornada no cenário musical iniciada após o lançamento de seu primeiro álbum, o Sounding the Seventh Trumpet, em 2002, pela sua gravadora atual Hopeless Records (o álbum já havia sido lançado em 2001 pela Good Life Recordings, mas a banda trocou de gravadora). Este primeiro álbum contou com a participação de Valary DiBenedetto, esposa de M. Shadows, com um vocal rasgado na música “The Art of Subcounscious Illusion”, e mostrou uma influência pesada de guturais – mas com as partes melódicas que até hoje caracterizam o quinteto. Na época, a formação ainda não incluía Johnny Christ: M. Shadows no vocal, Zacky Vengeance na guitarra base, Synyster Gates na guitarra solo, The Rev na bateria e Justin Sane no baixo. Considerado um mix de metalcore e punk rock, o STST os lançou no mercado – e mal sabiam eles do tremendo sucesso que fariam.
(Avenged Sevenfold ao vivo em 2002 / To End the Rapture e Turn The Other Way, duas músicas de Sounding The Seventh Trumpet)
Lançado o primeiro álbum, a carreira começou a decolar. Esse início foi marcado pela busca da identidade da banda que, por ainda estar “saindo das fraldas”, não havia definido um estilo próprio. Em entrevista para a rádio inglesa BBC 1, M. Shadows comentou sobre como essa introdução na indústria musical foi difícil. Segundo o vocalista, eles tiveram muitos altos e baixos e ficaram meio perdidos, pois, em vista das muitas bandas e tipos de músicas que já existiam, precisavam algo que fosse completamente diferente para conquistar o público. “No começo, antes do Sounding The Seventh Trumpet, era difícil porque ainda estávamos aprendendo a usar os instrumentos, com exceção de Jimmy. Synyster Gates ainda não estava com a gente, Zacky e eu pegávamos as guitarras e tentávamos fazer um punk rock, mas também tocávamos hardcore e metal, porque o público gostava. Não podíamos nos assemelhar com as grandes bandas, então tentávamos representar o que garotos de 17 anos queriam”, contou ele.
Após o lançamento do Sounding The Seventh Trumpet, o Avenged Sevenfold já estava mais perto de encontrar sua identidade fixa. A chegada de Johnny Christ em 2003, substituindo Justin Sane, fez com que a banda estivesse completa e caminhasse rumo ao estrelato: finalmente haviam achado a peça do quebra-cabeça que faltava. E foi com essa formação que o Waking The Fallen, segundo álbum de estúdio, começou a ser produzido.
“Waking The Fallen engloba tudo que o Avenged Sevenfold era naquele tempo”, disse Zacky Vengeance para a Billboard recentemente (confira a tradução do Deathbat Brasil aqui). “Ele nos mostra destemidos, exibindo as nossas raízes no heavy metal, punk, rock’n’roll e sem medo de experimentar tudo quando se trata de escrever música. Tivemos um produtor real (Andrew Murdock). Nós queríamos levar aquilo para um nível diferente em vez de mantê-lo na garagem. Nós realmente tentamos fazer o álbum soar bem. Nós tentamos aprender a tocar nossos instrumentos melhor, queríamos ser profissionais. Aprendemos que as bandas aprendem a cantar e tocar com o tempo e tivemos que ralar muito”.
Adquira agora o seu Waking The Fallen: Ressurrected na pré-venda limitada do Brasil
Para a Revolver Magazine, Vengeance contou que foi muito divertido fazer o Waking The Fallen. “Nós éramos jovens, ainda vivíamos com nossos pais, íamos com nossos carros velhos até a garagem dos pais de Matt e tentávamos impressionar os outros com nossos riffs. Tentávamos incorporar nossas influências pessoais nas músicas. E depois íamos para o bar beber bebidas baratas! Depois acordávamos da ressaca e começávamos o processo novamente. Era divertido – éramos um grupo de amigos se reunindo e fazendo a melhor música que podíamos”.
E quem, em 2003, desconfiaria que o Avenged Sevenfold chegaria onde está hoje? São 15 anos na estrada, muitas batalhas, inúmeras histórias para contar e infinitas ainda para serem criadas. Mas, como disse Zacky à Billboard, “mesmo quando estávamos naquele ponto em que tínhamos pouquíssimos fãs [na época de lançamento do Waking The Fallen], nunca nos sentimos como uma pequena banda. Nós sempre sentimos como se tivéssemos um grande propósito”.