Fui encarregada de escrever todos os domingos uma coluna falando sobre os mais diversos assuntos – e vocês, leitores, podem me indicar assuntos que vocês gostariam que eu falasse sobre – relacionados a banda. Hoje vocês irão ler a primeira coluna deste mês. Espero que gostem.
Hoje acordei mais “avenger” que o normal (muitos odeiam esse termo), e justamente este mês, o Avenged Sevenfold está em turnê. Veio-me logo à mente os shows aqui no Brasil; e vai ser sobre isso que eu vou falar na coluna de hoje. Ir ao show do Avenged Sevenfold no Rio de Janeiro foi uma das maiores loucuras que já fiz na vida; principalmente quando se viaja por sua conta, sem autorização dos pais e sozinha. Mas essa é a vantagem que o trabalho e a maior idade te dão: fazer o que quer.
Assim que cheguei ao Rio, procurei logo me informar se minha credencial e a da Brooke haviam sido aprovadas, e depois de quase estragar tudo, conseguimos. Depois disso, fui curtir o Rio de novo e comprar havaianas em Copa, porque é quase uma tradição minha, e da minha mãe, comprar vários pares quando vamos ao Rio; só que dessa vez minha mãe não estava comigo. Aparentemente eu estava calma; a responsabilidade de ter que tirar boas fotos para o site não me preocupava; nem o fato de que eu iria ver os caras mais lindos do mundo (risos). Na sexta, quando cheguei ao apartamento, percebi que havia perdido minha jaqueta que eu iria usar pra seduzir Synyster no show – seduziria mais sem ela. Certamente eu estava calma, mas minha cabeça não andava lá muito boa; como de praxe do nervosismo pré-show – e como de praxe na minha vida -, não consegui dormir. Então, fiquei tocando Clair de Lune no piano do Luciano a madrugada inteira e finalmente o sábado chegou.
Passei o dia inteiro sem fazer absolutamente nada, a não ser me preparar psicologicamente para o show e colocar as baterias da minha câmera para carregar. Por volta das 18 horas, saí do apartamento, no flamengo, e fui para a barra. Cheguei ao Via Parque, onde seria o show, por volta das 20 horas. A fila era enorme e preta (risos). Tratei logo de ligar para a Brooke, enquanto tentava pegar meu ingresso. Depois de ter que entrar no shopping com a Brooke, procurar uma lanhouse, pagar um absurdo para imprimir a fatura da minha conta no banco para poder comprovar que eu era mesmo a pessoa que vos fala aqui, consegui retirar meu ingresso. A fila para retirar/comprar estava enorme e depois disso tudo, eu não estava nem um pouco feliz em ter que enfrenta-la. Sim, dei um jeito de passar na frente de todo mundo. Se você está lendo e estava na fila para retirar/comprar ingresso, me perdoe por ter passado na sua frente. Como eu e a B iriamos entrar como imprensa, eu não iria precisar mais do ingresso, nem ela; mas ele era nominal e eu achei que seria legal guardar de recordação; então não vendi, e fomos procurar nossa entrada.
Quando chegamos à entrada destinada ao pessoal da imprensa, ficamos esperando a Bianca, nosso contato na T4F, chegar. Recebemos nossas pulseiras de imprensa, a set list do show e eu recebi um adesivo destinado aos fotógrafos. Depois que entramos, demos uma vasculhada no local e tracei logo um plano bastante maléfico de como iria sequestrar a banda e fazê-los de escravos sexuais – mas isso não saiu da minha mente, claro.
Estávamos paradas conversando, quando, do nada, chegam o Hugo e outro cara com ele, perguntando sobre o set list que tínhamos na mão. Eu não tinha percebido quem era o outro cara, até abaixar a cabeça e, sem querer, ver um crachá preso á calça dele escrito “all excess” ou “all access”, não lembro, e a caveira do All Excess. Logo em seguida que eles saíram, eu fiquei tentando reconhecer esse cara e quando lembrei, falei para a Brooke quem ele era. Era o Danny, Dan Abell, roadie do A7X. Ele andava normalmente, e as pessoas quase não o reconheciam. Então, descendo as escadas, resolvemos falar com ele. Conversamos e tiramos fotos, enquanto o Hugo não tirava os olhos da Brooke (risos). Depois disso, ficamos aguardando o show. Enquanto não começava o show, descemos até a pista premium para socializar um pouco com os fãs, e acabamos que por socializar muito (risos). Gravei um vídeo dos garotos da pista cantando, não lembro bem, algo parecido com “linda e gostosa”, para a Brooke. Enquanto gravávamos uma a outra. Não sei mesmo como isso começou.
Nessas nossas andanças, quase perco a hora de entrar na área destinada à imprensa, à frente da pista premium, mas cheguei à tempo. Entrei e 5 minutos depois, a intro mais linda que já ouvi na vida toca: a intro de Nightmare. Não pensei duas vezes, e liguei minha câmera. Quando Synyster apareceu, fiquei confusa. Não sabia se olhava através da câmera ou se tirava para olhar melhor. Infelizmente eu não podia surtar. Estar a menos de 1 metro do guitarrista mais sexy do mundo e não poder nem pular no palco e dar uns beijos eram de frustrar qualquer pessoa – e muitas estavam. Logo depois apareceu o resto dos caras e, M. Shadows é uma coisa de tirar o folego, Jesus. Vocês não tem ideia do quão privilegiada foi a minha visão para que eu chegasse a essa conclusão (risos).
Enquanto eles tocavam Nightmare, eu corria de um lado para o outro, fotografando e registrando tudo. Em shows, você nunca sabe quando serão os melhores momentos, nem quando vai rolar aquela foto “master”. Então, devesse-se sempre estar preparada. Mas eu contava com uma vantagem. Quando se conhece a banda e cada integrante dela, você de certa forma já sabe o que esperar. Então, quando Zacky se aproximava do Syn, eu já sabia que dali iria sair alguma homoafetividade boa de fotografar. E foi assim que tirei boas fotos dos dois. Houve um momento, não me recordo em que música, que presenciei aquela sintonia que rola quando eles se olham; e dessa vez foi com Syn e Johnny. Nessa hora, Syn se abaixa em frente à plataforma do Matt, junto com o Johnny e os dois se olham e Syn faz uma daquelas caretas que ele sempre costuma fazer. Depois disso, presenciei as olhadas, bicos e estiradas de língua dele pro Zacky. Ver/fotografar isso e não só ver em vídeo pagou a minha estadia inteira no Rio.
Enquanto escrevia a última linha, me lembrei de um segurança barbudão que estava perto de mim e ele lembrou-me também o Zakk Wylde. Alguém lembra ou viu esse segurança? Anyway. Depois de algumas músicas, saí da área dos fotógrafos e fui encontrar com a Brooke, e depois de Buried Alive, fomos para parte dos fundos da pista premium, respirar. Curtimos lá o resto do show. Lembro-me como se fosse hoje, nós duas, olhando uma pra outra, esperando o “skull”, em Save Me, pra surtar. Falando em surtar, pensei que surtaria muito em So Far away; mas fiquei mais tempo paralisada olhando pro Syn do que realmente triste a ponto de chorar. Não digo o mesmo em Fiction. Se eu estivesse hoje no Rio, So far Away faria bem mais sentido do que há 1 ano. E eu preferia que fizesse.
A cada minuto, a cada música, eu me perguntava “Cara, isso é real? Esses caras são reais?”.
Depois que o show acabou, começou o joga-joga de palhetas e, não sei como, eu fui parar na frente do Syn, na área da imprensa de novo. Enquanto ele jogava as palhetas, eu não sabia se pegava uma, ou se fotografava. De repente, ele me olha e me joga uma palheta na mão, mas ela passou por mim e caiu do outro lado da grade. Meu braço não alcançou a palheta e eu acabei tenho que pagar 50 reais ao segurança do outro lado, apenas para ele pegar a palheta e me entregar, porque eu simplesmente não podia sair de perto do Syn e nem deixar a palheta lá. Enquanto me recuperava desse golpe, Syn foi embora e eu e a Brooke nos deparamos com a dúvida de ir ou não para o hotel onde eles estavam. Foi nesse dia que eu comecei a fumar de verdade. Uma chuva desgraçada, eu fumando, e a Brooke procurando um táxi pra gente. Depois de quase 40 minutos, ou mais, esperando, desistimos de ir para o hotel onde eles estavam e fomos para onde estávamos hospedadas. Eu quase não tinha mais dinheiro, nem a Brooke; mas eu estava disposta a ir ao hotel mesmo sem saber como eu voltaria para o Flamengo. Mas como a Brooke tem mais juízo que eu, ela me convenceu a ir para casa, e me prometeu que iriamos ao aeroporto logo pela manhã. E quem disse que eu acordei na hora?
Chateadíssima por não ter falado com eles direito, fui refazer minha mala. Era domingo e eu tinha que voltar. Meu voo estava marcado para as 21 horas, mas consegui antecipar para o mesmo horário do voo da minha prima, que também estava no Rio (só fiquei sabendo que ela estava no Rio quando estava praticamente chegando lá) e, por volta das 11 horas, fomos embora. Eu não queria mesmo ir.
No avião, voltando, comecei a ouvir Dear God e senti como se eu realmente tivesse deixado alguém lá, que Deus deveria cuidar enquanto eu não estivesse por perto. E eu deixei, só não sabia disso ainda.