M. Shadows fala sobre Nightmare, The Rev e outras coisas

Continuando sua entrevista para o site Loudwire, M. Shadows contou um pouco sobre o que o álbum Nightmare significou na sua vida, o que o The Rev deixou de marcas, planos futuros da banda, entre outras coisas. A entrevista original pode ser conferida aqui, e a tradução logo abaixo:


Avenged Sevenfold sabe um pouco sobre superar obstáculos. Depois da perda devastadora do seu baterista e amigo, Jimmy ‘The Rev’ Sullivan, a banda não sabia se estariam aptos à continuar. Eles se puxaram e lançaram ‘Nightmare’ em memória do Jimmy, em julho de 2010. O álbum subiu para o primeiro lugar nas paradas da Billboard e marcou a banda em seu lançamento #1.

Desde o lançamento de ‘Nightmare’, A7X estiveram na estrada sem parar e mostraram nenhum sinal de desânimo. Recentemente, encerrando sua performance no Uproar Festival, Avenged Sevenfold estão caminhando de volta com sua ‘Buried Alive Tour’ para bater em cidades que eles deixaram de ir anteriormente. Dando suporte ao Avenged na turnê, que foi nomeada após o último single do grupo, são os jovens quentes Black Veil Brides, Asking Alexandria e Hollywood Undead.

Loudwire recentemente teve a oportunidade de falar com o M. Shadows, vocal do Avenged Sevenfold, sobre o ‘Nightmare’, The Rev , vida na estrada e futuros planos da banda.

L: Então, originalmente, depois de terminarem a Uproar Festival, vocês iriam retornar para casa, descansar e depois começar a escrever, mas agora vocês tocarão novembro e dezembro na Buried Alive tour; o que fez querer voltar?

M. Shadows: Eu estava convencido de que tinha batido em cada local dos Estados Unidos, alguns lugares várias vezes, mas nosso agente nos disse que ainda tinham alguns lugares que havíamos perdido, então eu disse a ele se poderia me mostrar um itinerário que fizesse sentido, então talvez pudéssemos fazer. Então, ele me mostrou e eu disse: ‘ok, Bismarck, Dulluth, nós realmente não estivemos em vários desses lugares, então faremos isso antes do Natal.’

Além disso, nós estávamos muito focados em tocar em Porto Rico; porque era algo que nós já queríamos fazer por um tempo. Tem uma estação de rádio que tem nos apoiado, então eles irão fazer um show de Natal, e tudo parecia trabalhar junto, então eu torci meu braço e disse: ‘ok, nós vamos fazer isso!’.

L: Então, o plano de agora é terminar essa turnê, ir para casa para os feriados e relaxar um pouco, para depois voltar a escrever um material novo?

M. Shadows: Nós provavelmente não escreveremos por um tempo. Nós ainda temos que ir para o Sudeste Asiático. Eu sei que nós estivemos em Bangkok, Cingapura, Indonesia e nós voltaremos ao Japão. Nós estamos tentando ir para a China, então, por agora, nós estaremos trabalhando em todo o sul da Ásia em turnê com o Japão, também. Então, provavelmente será quatro meses após o Natal. Nós provavelmente tiraremos uns meses de folga, fazer essa turnê, e depois começar a conversar sobre o próximo disco, após tudo isso.

L: A banda fez muito sucesso na noite do Golden God Awards desse ano (vencendo por Melhor Vocalista, Melhor Álbum e Melhores Guitarristas), e em uma entrevista, Zacky disse que no ano passado vocês estavam sentados na plateia, não sabendo muito o futuro da banda. Como você pode descrever onde você está agora, comparando com o ano passado?

M. Shadows: Nesses Golden God Awards, Jimmy havia falecido e nós estávamos lá para dar suporte à sua família; nós não queríamos que eles fossem ao Golden Gods com todas aquelas pessoas sem estarmos ao redor. Nesse ponto, nós estávamos mesmo questionando o futuro da nossa banda. Eu disse, um ano depois, que é uma história de triunfo, a história de um crescimento; nós aprendemos muito sobre a vida, aprendemos muito sobre nós mesmos. Eu achoo que nós nos tornamos melhores pessoas por causa disso, e por conhecer o Jimmy.

Por causa das boas qualidades que ele nos deixou, todos estão tentando pegar para eles também. Há um monte de coisas que ele fez que muitos estão fazendo no ônibus da turnê agora, para deixar claro que seu legado vive em todos nós. É realmente um coisa legal, tão legal como pode ser por perder seu melhor amigo. Ao mesmo tempo, nós percebemos que todos nós iremos para o mesmo lugar; ele só foi um pouco cedo. Agora, nós temos que continuar até irmos para aquele local.

L: Você poderia compartilhar uma daquelas coisas que você começou a fazer no ônibus que Jimmy costumava fazer?

M. Shadows: Apenas coisas pequenas, ele ficava até às 7 da manhã bebendo cervejas com nosso motorista Merle, sentava lá e contava histórias por toda a noite. Eu percebi que muitos de nós estamos fazendo isso agora, ficamos acordados, saímos juntos e ficamos só assistindo a estrada, ficando loucos lá. Jimmy gostava de nos reunir, tocar seu iPod e cantar até as 7 da manhã até ficar louco, e eu percebi que ainda fazemos isso. Nós pegamos o iPod e tocamos algumas músicas favoritas do Jimmy – Mr. Bungle e Oingo Boingo – e ficamos loucos. Apenas coisas divertidas como essa que ele costumava sempre fazer; colocar seu braço sobre seu amigo e beber whisky e ter um bom tempo.

L: ‘Nightmare’ tem sido chamado como seu álbum mais pessoal e um que fará os fãs irem a uma jornada muito dark; como você descreveria a jornada que te levou a esse álbum?

M. Shadows: Eu fui apresentado à ansiedade durante esse álbum: eu nunca tive nada parecido com isso. Eu sou uma espécie de escravo-piloto durante o processo, eu fico empurrando os caras a escrever mais e mais e mais, e eu vou jogando as músicas que as pessoas acharão boas. Esse foi o tipo de processo que nós tínhamos para escrever músicas, quando o Jimmy estava entre nós. Chegamos ao ponto de que estávamos muito felizes com a música e começávamos a escrever as melodias, então o Jimmy faleceu.
Eu acho que, em um nível musical, eu estava feliz com isso, mas não somente isso, eu estava feliz em um nível sonoro, eu acho que Mike e Andy Wallace fizeram um ótimo trabalho, e quando eu sentei e ouvi tudo isso, eu estava realmente orgulhoso. Eu estava orgulhoso de todo aquele trabalho e luta que passamos para fazê-lo, e eu acho que o álbum mostra isso. É, definitivamente, meu álbum favorito, sonoramente e emocionalmente.

L.: Você mencionou a emoção envolvida; você considera ‘Nightmare’ um tributo ao Jimmy?

M. Shadows: Absolutamente, não tem nada mais passando em nossas mentes no momento. Mesmo as músicas que não são sobre ele. As músicas sobre ele são, obviamente, sobre ele. Todo o álbum é um tributo à ele, seu último pedaço do trabalho e sua gravação #1 que ele nunca foi capaz de comemorar. Foram tantas coisas legais – ele realmente respeitava Mike Elizondo, foi um tempo muito louco na sua vida e um tempo especial para as nossas, e nós fomos sortudos em fazer tudo se juntar do jeito que juntou.

L.: Você disse, no passado, quando era jovem, você era influenciado por bandas como Guns N’Roses. Em abril você teve a oportunidade de tocar com Duff McKagan no Golden Gods. Foi um momento especial para você?

M. Shadows: Foi realmente muito legal. É louco, eu só desejo que esses caras (Guns N’ Roses) voltem como uma banda. Foi realmente muito legal conhecer Duff. Pessoalmente falando, eu não conheço Duff bem, mas os caras do Metallica são caras de nível pessoal, e o jeito que eles dirigem a banda e o jeito que eles são capazes de estarem juntos, o jeito que eles tratam sua equipe e as bandas de abertura, é uma banda que realmente olha para cima e tenta tirar a sombra do dia. Nós tentamos imitar o que eles fazem porque eles fazem isso certo, eles estão juntos por um grande tempo, eles estiveram juntos durante a tragédia, lançaram grandes músicas, tem um ótimo show ao vivo e são ótimos amigos.

L.: Ouvindo a evolução dos seus vocais durante os anos, nós vimos grande crescimento. Isso é algo que você trabalha como base regular?

M. Shadows: Nos últimos 10 anos eu estive em aulas de canto depois de estragar minha voz em ‘Waking the Fallen’. Em algumas gravações, você pode ver minha progressão em ter ou não controle da minha voz. Agora, eu estou no ponto em que entendo minha voz, é algo que eu nutri até o ponto em que eu estive em completo controle e eu posso fazer o que preciso fazer e me manter fora de problemas vocais, ou ter que ficar fora por causa de problemas. É uma das coisas que eu trabalhei muito; eu fui para aulas de vocais 3, 4 vezes por semana durante 6 anos. Eu não tenho lições mais, mas se eu tiver problemas, eu ligo para o Anderson e ele me tira deles.

L.: Desde o lançamento de ‘Nightmare’, você tem completado a estrada dos guerreiros e eu sei que você disse que não começou a escrever novas músicas ainda. Vocês são uma banda que faz algum tipo de debate ou escrevem enquanto estão na estrada ou vocês consideram turnês e escrevendo dois animais completamente distintos?

M. Shadows: Duas coisas completamente diferentes, mas enquanto estamos na estrada, tomo notas sobre as coisas. Se há algo que eu realmente gosto ou uma progressão de acordes, eu escrevo uma nota no meu Blackberry e talvez um ano mais tarde eu vou revisitá-la e perguntar, o que eu gosto sobre isso? Eu realmente não tento pensar muito sobre isso, eu gosto de ser fresco. Eu não escrevo músicas só para escrever músicas. Eu sei que o [Synyster] Gates também não. Nós não queremos ser como artistas country onde existe uma fórmula. Nós realmente gostamos de ter canções onde achamos que o arranjo é tão importante quanto as melodias, mesmo que eles não sejam normalmente.

Uma música como “Nightmare” foi uma faixa de rock No. 1 ativa e eu sempre falo sobre isso quando as pessoas me perguntam sobre composições, porque você não poderia dar essa canção para outra banda e vendê-los sobre o fato de que são seis minutos e meio , dizendo ‘confie em mim’ com esta introdução de um minuto inteiro para isso, e então há uma ponte que passa muito tempo, você apenas não poderia vender isso como uma boa canção. Mas se você executá-la de uma certa maneira,organizá-la de uma certa maneira que tem atitude e trabalhar com as melodias e com o que você está tentando fazer, então torna-se uma boa música, e assim eu não gosto de escrever só para escrever. Nós não escrevemos assim. Nós escrevemos quando chega a hora e tentamos ser estimulantes e coisas que nos empolga geralmente faz o disco.

L.: Eu tenho que perguntar sobre Arin [Ilejay], ele foi tocando bateria ao vivo com vocês por um tempo agora, mas ele não é um membro permanente da banda.Vocês irão visitar essa possibilidade no futuro?

M. Shadows: É tudo sobre o processo de escrita, temos nossas reservas sobre as pessoas que entram e como eles se encaixam no processo de escrita e quão dedicados eles vão ser, e quanto eles podem trazer para a mesa. Não é necessariamente sobre ele, é apenas com base em nossas experiências. Nós gostamos da forma como trabalhamos e nós gostamos da nossa forma de escrever e é um pouco por aí, um pouco mais sobre o ápice ou o corte do que queremos, mas depois quando o disco sai, parece normal para nós. Precisamos de alguém que vai estar junto no trajeto, por isso precisamos passar por esse processo novamente com ele antes que possamos dizer que ele é um membro da banda e depois ele não saiba em que se meteu.

Escrever para nós é uma besta completamente diferente e sabemos que ele ótimo baterista de turnê, ele é ótimo desempenhando seu papel, mas queremos ter certeza de que ele é ótimo em criar sua próprias composições, também. Isso vai ser o teste final para ele e então ele precisa decidir se isso é mesmo o que ele quer fazer. Ele viajou agora por um ano e meio e esta é a nossa vida. Nós vamos estar fazendo isso pelos próximos 10 ou 20 anos e há um monte de coisas das quais você desiste ao longo do caminho. Você sente falta de férias com sua família, você não tem realmente uma situação familiar normal, e ele tem que ter certeza que é o que ele quer também.

L.: Você tem um álbum favorito de 2011?

M. Shadows: Agora eu estou muito, muito no novo cd do Mastodon, eu tenho escutado muito isso. O Burn Halo lançou um disco de este ano, que é muito bom também. Hell or High Water lançou um grande disco – assim os três cds estão meio em repetição para mim agora.

L.: Eu sei que você é um fã de basquete, quais são suas opiniões sobre o bloqueio?

M. Shadows: Eu acho que é uma merda, eu estou realmente chateado. Eu estava assistindo a ESPN na outra noite e o locutor disse. “O Lakers deveria estar jogando o Warriors esta noite.” É uma chatice. Eles estão discutindo sobre 2 por cento, 2 centavos de um dólar, eu só queria que eles conseguissem juntos. Ter uma temporada é mais importante que sua pequenez, mas, ao mesmo tempo, eu não estou lá nas negociações e eu não tenho ideia. Não é meu trabalho, eu sou apenas um fã,então eu diria que conseguissem juntos apenas porque eu sou um grande fã de basquete. Tenho certeza que vai dar certo, existe muito dinheiro em linha para que não funcione.

Agradecimentos à Paula Biazus pela ajuda na tradução.