O Green Bay Press Gazette postou uma entrevista feita com Zacky Vengeance em honra ao show que irá acontecer no próximo dia 6 de dezembro, no Resch Center. Você pode conferir o link original aqui e a tradução da entrevista abaixo:
Embora o guitarrista do Avenged Sevenfold Zacky Vengeance tenha um nome artístico descolado, ele mesmo não se considera um rockstar.
O cara de 29 anos, que co-fundou a popular banda de rock em 1999, disse que ele nunca ligou para o termo “rockstar” e não se sente mais importante que ninguém. Porém, quando uma banda alcança seu status de platina e toca em arenas, o título de rockstar é um subproduto natural.
“No que nós fazemos, eu não acho que tenha lugar para a mentalidade ou para o ego de um rockstar”, Vengeance disse. “Se não fosse por nossos fãs, eu não estaria lá em cima do palco fazendo o que eu amo.”
Mesmo passando por épocas turbulentas, incluindo a morte do baterista original Jimmy “The Rev” Sullivan por uma overdose acidental de medicamentos prescritos e álcool em 2009, os fãs de Avenged Sevenfold têm ajudado a banda a recuperar suas forças.
Perto de completar dois anos da morte de Sullivan, o Avenged Sevenfold continua como uma das mais populares bandas de hard rock na música atual, mas isso nunca foi um caminho muito fácil.
– Depois da morte de The Rev, a banda considerou a separação, mas no fim das contas, continuou junta e lançou o “Nightmare” em 2010. Por quê?
“O que aconteceu foi que nós decidimos que era absolutamente necessário gravarmos o álbum “Nightmare” porque ele estava quase todo escrito, tirando algumas poucas coisas. Tivemos que lançá-lo porque The Rev teve uma enorme contribuição nas composições e sabíamos que as pessoas tinham que ouvi-lo. Tinha que ser perfeito e tudo o que veio depois disso, veio naturalmente. O apoio estava pelo mundo todo, firmando nossas raízes, ajudando-nos a seguir em frente.”
– Vocês estão chegando perto dos dois anos desde a sua morte no dia 28 de dezembro. A banda faz algum tipo de menção honrosa a ele nos shows ou em seu tempo pessoal?
“Sim, nós ficamos próximos da família dele. É um daqueles dias em que nos apavoramos. É difícil. Eu penso no The Rev todos os dias, não importa o que aconteça — várias vezes ao dia. Não há outra coisa em que eu pense no dia-a-dia. Constantemente eu me lembro daquele cara. Nós nunca o excluímos de nada do que fazemos, desde as nossas apresentações até os nossos pensamentos. O dia em que ele faleceu, e já faz quase dois anos, sempre será um dia difícil. É um daqueles dias em que nos reunimos com a família dele e relembramos velhas histórias que mostram o quão incrível ele era como pessoa.”
– Você mencionou que o The Rev contribuiu para o “Nightmare”, o qual, novamente, foi diferente dos lançamentos anteriores. Poderia descrever a evolução musical do Avenged Sevenfold?
“Começamos tocando uma mistura de punk rock, thrash metal e um pouco de hardcore, e nós sabíamos desde o início que amávamos todos os tipos de música, incluindo o nosso primeiro álbum. Vai de riffs típicos do Slayer à uma balada chamada “Warmness On The Soul”. Tivemos ouvindo bandas como Guns N’ Roses tocar músicas como “November Rain” e tudo isso, então foi apenas uma evolução natural no modo de compor. Nós começamos a nos afastar dos berros no segundo álbum e apenas crescemos e escrevemos músicas das quais gostamos. Sempre gostamos de baladas e fomos inspirados por várias coisas diferentes. Vem sendo uma evolução natural para um grupo de compositores ambiciosos que gostam de todos os tipos de música.”
– Qual dos três álbuns lançados por gravadoras grandes você acha que teve maior esforço criativo da banda?
“Acho que nosso álbum “self-titled” foi extremamente ambicioso pra gente… Fizemos músicas como “Dear God” e “A Little Piece Of Heaven” que são completamente fora do padrão. Nós mesmos produzimos o álbum, e na época nós tínhamos 25 anos, o que é bem louco — especialmente para uma gravadora grande — até mesmo para permitir que bandas como a gente produzíssemos um álbum por nós mesmos; muita loucura saiu naquele álbum.
Provavelmente não é o nosso mais coesivo álbum, mas é jovem, é louco e foi uma prova para todos os nossos fãs e críticos de que nós apenas escrevemos o que amamos e somos capazes de produzir por nós mesmos. Não estamos tentando compor para as rádios. Não estamos tentando compor hits.”
– Mesmo não tentando compor hits, você já teve a sensação de que vocês precisavam se “vender” de alguma forma para conseguir o tipo de sucesso que a banda vem tendo?
“Uma das coisas que eu mais tenho orgulho no Avenged Sevenfold é que nós nunca tivemos que comprometer nada artisticamente. Eu me lembro do nosso primeiro single que chegou às rádios. Provavelmente era a música mais longa em qualquer estação de rádio alternativa ou de rock na época. Foi sugerido que tirássemos nosso duelo de solo de guitarras no meio de “Bat Country” para diminuí-la para o rádio, e dissemos “As pessoas adoram solos de guitarra, pelo menos nós adoramos. Se a rádio não quer tocar uma música que acreditamos ser uma boa canção, podemos ter certeza de que nossos fãs ainda vão gostar dela.”
Não escrevemos uma música para estar no rádio, então não queríamos cortá-la e nos limitarmos, e eu acho que foi isso que nos ajudou. Você tem que ser verdadeiro quanto a isso. Às vezes ouço uma das nossas músicas que está no rádio e isso é maravilhoso. Ouvi “Critical Acclaim” sendo tocada no rádio e para mim é incrível, porque é tão diferente e único comparado com a maioria do rock estruturado que está por aí. Hoje em dia eu vejo muitas bandas que estão tentando compor músicas para estar no rádio, e acho que nenhuma das grandes bandas alguma vez já tentou fazer isso. Eles apenas fizeram o que amavam.”
– Você acha que o gênero metal/hard rock pode fazer um grande retorno ao mainstream?
“Acredito absolutamente que as pessoas sempre irão amar o hard rock, e acho que a música definitivamente passa por fases. Se você olhar para trás nos últimos 30 ou 40 anos, há um estilo de música que se manteve durante todo o tempo. Você olha para trás para ver bandas como Black Sabbath e Led Zeppelin e passa por Iron Maiden, Metallica, Guns N’ Roses, Pantera — hard rock sempre esteve lá.
Mas aí você olha lá atrás de novo, tipo “para onde foi a era disco?”, “para onde foi o new wave?”. Acho que as bandas de hard rock sempre vão estar lá. Às vezes não é o que prevalece nas paradas, mas a questão é: em 10 ou 20 anos, quando nossos fãs estarão levando seus filhos para seu primeiro show, eles estarão tomando ecstasy e dançando em clubes de electro ou eles estarão arrasando num show de hard rock? (risos) Eu aposto meu dinheiro no show de hard rock.
Fonte: Deathbat News e Green Bay Press Gazette