O site Mariskal Rock publicou uma resenha sobre o show do Avenged Sevenfold em Madrid na última terça-feira (26). Abaixo você confere toda a matéria traduzida:
AVENGED SEVENFOLD: A NOVA GERAÇÃO DO METAL
Texto por: José Luis Martín
Dia de muito frio na capital e desde a primeira hora da tarde, longas filas de espectadores se formavam ao redor do Palácio Vistalegre, no distrito Carabanchel, localizado em Madrid. Isso para se conseguir um bom lugar dentro do local. Apesar das entradas da pista que se esgotaram, de nossa posição podíamos ver muitos buracos, com pelo menos três quartos cheios.
Faltavam alguns minutos para às 19h30 quando os suecos do Avatar, com um nome não muito original, pois existem muitos grupos no mundo que se chamam ou se chamaram assim, em nosso próprio país já existia uma formação de metal progressivo com esse mesmo nome, entraram no palco. Tiveram trinta minutos para esquentar o pessoal e mostrar tudo que conseguiram, com sua proposta de Metal Industrial, Nu Metal e um toque de Death Metal Melódico.
A banda já tem certo tempo na estrada, tocando desde 2001 e vindo de Gotemburgo. O vocalista da banda, Johannes Eckerström, não parou de animar o público, atrevendo-se até a cantar em castelhano. Seu repertório foi curto, porém intenso e contou com músicas como: “Torn Apart”, “Let It Burn”, “Paint Me Red” e “Vultures Fly”, o que nos lembrou o som de bandas como Rammstein e Marilyn Manson. Agradecendo aos aplausos e presenteando-nos com sua última música “Smell Like A Freakshow”, nos convidaram a passar para o posto de merchandising.
Quinze minutos depois, teríamos Five Finger Death Punch em cena, com um precioso e enorme cartel, com seu nome entre soqueiras. A banda possui um largo nome que provêm do cinema de artes marciais orientais, conta com discos de ouro a cada lançamento nos Estados Unidos e com um público maioritário. Estão começando a aparecer na Europa em festivais e tocando com bandas que já se consolidaram, como ocorre nesse caso. Em sua honra, temos que dizer que gostamos mais do que no festival Sweden Rock no ano passado, já que o vocalista, Ivan Moody, não perdeu tanto tempo entre canções com largas e tediosas conversas que dificultavam o ritmo do show.
Retumbantes, cheios de energia e vigorosos, tiveram quarenta e cinco minutos para se apresentar ao público de Madrid, com músicas como “Under And Over It”, “Burn It Down”, “Hard To See” e “Lift Me Up”. Em suas músicas, pode-se observar traços de Groove Metal, Heavy Metal e Nu Metal, homenageando os clássicos como ocorre com a própria versão de Bad Company. O público cantou e saltou com a banda, que seguiu com “Burn MF”, música utilizada nos filmes Freddy vs Jason, Coming Down, e Never Enough. Para a parte final, guardaram “Far From Home”, onde Ivan começou a cantar a música a capella, batendo no peito e deixando o público acompanhá-lo e “The bleeding” para encerrar uma apresentação muito convincente.
Um pouco mais de meia hora de espera, teríamos em nossa frente o aclamado Avenged Sevenfold, uma banda que vem crescendo muito junto com sua popularidade por todo o mundo e ficando no topo dentro da categoria do Metal. Para alguns seguidores do Metal Clássico, não deixaram de ser uma tosca cópia de Metallica, ainda que para alguns, o tempo colocará a banda no seu devido lugar. Foi a segunda vinda à capital, depois da visita há dois anos, e apesar das crises e dos diversos shows, contam com uma fiel legião de seguidores jovens que os idolatram e que sabem todas as suas músicas desde a primeira até a última letra.
O cenário foi espetacular, com o característico crânio com asas de enormes dimensões que cuspia fogo ao redor, mesmo na parte interior, embora sem todos os enfeites e decorações que os acompanha em suas excursões pelo país, além da plataforma clássica, onde os membros sobem em diferentes momentos da performance. O som dos sinos nos anunciava que viria “Shephered Of Fire”, recebida com grandes aplausos, seguida por uma de minhas preferidas, “Critical Acclaim”, com um som espetacular (me lembrei daqueles que dizem que Vistalegre tem um som ruim), onde as guitarras de Synyster Gates e Zacky Vengeance soavam demolidoras e M. Shadows se mostrava um vocalista muito envolvente durante toda a atuação.
Continuaram com “Welcome To The Family”, com um público fervoroso, que não parou de cantar em nenhum momento, aproveitando a banda, que usava um fantástico jogo de luzes e mostrava uma grande mobilidade por todo o palco. Um tempo depois, cantaram o single de seu novo e recente albúm, “Hail To The King”, que dá título ao disco e que parece estar há anos no setlist da banda, onde Synyster brilha com seu solo. Seguiram tocando seu novo albúm com uma música mais sossegada, “Doing Time”, e depois de ameaçar “Stairway to Heaven” com uma introdução acústica, foi a vez de “Buried Alive” onde se produziu um vibrante duelo de guitarras e “Fiction”.
Uma autêntica loucura se iniciou com os primeiros acordes de “Nightmare”, claramente inspirada no Metallica, sobretudo pelo tom de voz, vindo depois a magnífica “Afterlife” e um solo de guitarra bastante insípido e previsível junto a um pequeno solo de bateria de um imensurável Arin llejay, que depois de um par de anos como baterista provisório, tem feito o trabalho com o posto, demonstrando grande qualidade com as baquetas. A banda completa volta depois para encerrar os coros por “Requiem” e “Bat country”. Atrás de cinco minutos de espera e gritos pela banda, vieram para oferecer “Chapter Four” e “Unholy Confessions” como o fim de uma festa com fogos de artifício e explosão final, sob aplausos e gritos de seus seguidores.
Uma atuação que podemos classificar como notável, já que podemos exigir um pouco mais desses americanos, especialmente se você excluir ou alterar aquele solo chato e acrescentar duas ou três músicas, pois para um grupo jovem que tem seis discos, nos parece um setlist muito curto definido apenas treze canções.