Em sua quinta passagem pelo Brasil, o Avenged Sevenfold comanda uma gama de fãs infinitamente maior do que a existente na primeira vinda ao país, em 2008 e provavelmente essa seja a tônica deste especial sobre a Hail to the King Tour. Nesse especial, nós abrimos espaços para os fãs expressarem todo o seu amor por esses músicos que ficarão eternamente na memória – na nossa e na do cenário musical. Seja bem-vindo(a) ao mês da HTTK Tour no Brasil: se você não tinha planos para março, convidamos você a acompanhar o Especial HTTK Toure a cobertura da turnê que você sabe, só poderia ser do Deathbat Brasil!
No livro “O Pequeno Príncipe”, Saint Exupéry profetiza: “Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração…”. Sinceramente eu acho que o personagem estava, em muito, falando das passagens da banda californiana Avenged Sevenfold.
Por mais que não fosse a primeira vez que o quinteto, reformulado após o falecimento de seu baterista James Owen Sullivan, o The Rev, a turnê de 2011 contava com algumas novidades: a primeira turnê de Arin Ilejay como baterista da banda, um maior número de capitais contempladas e o crescente número de fãs.
Bom, mas o que “O Pequeno Príncipe” tem a ver com o Avenged Sevenfold? É mais uma piada sobre a altura do baixista Johnny Christ? Também. Mas quando o personagem cita este trecho, em muito nos faz lembrar da ansiedade causada em milhares de fãs que apenas dois meses antes do show tiveram a confirmação de poder encontrar seus ídolos.
Em 09 de fevereiro de 2011 quando o anúncio oficial da turnê saiu, a comoção foi inevitável. Na mesma época a banda estava recebendo, pelo CD self-titled, o prêmio de melhor CD do século, e no OC Music Awards era condecorado com o prêmio de melhor banda de metal e melhor álbum por Nightmare. Fãs buscavam informações nos sites, excursões começaram a se formar e de fato, o percurso para além eixo Rio-São Paulo, o que desta vez incluíam Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), foi comentado à exaustão.
Se podemos chamar de “cargo”, eu estava assumindo a direção do Deathbat Brasil desde junho de 2010 e fiquei responsável pela cobertura do show na capital gaúcha, mas isso não se faz sozinha, mesmo que só você quem receba os créditos no final.
Ao chegar em Porto, na manhã do dia 07 de abril de 2011, com um grupo de 26 pessoas, a fila que se formara estava relativamente pequena, cerca de 15 pessoas aguardavam na Casa do Gaúcho, ansiosas por novidades. Lembro de conversar, à época, com estudantes da capital, interior e até de Santa Catarina que se deslocaram para o show – e infelizmente, com alguns não consegui manter contato.
Isso a maioria de vocês que acompanham o site desde seu início já sabem, ou podem saber clicando aqui, no link da cobertura do ano que estamos falando. Agora, a ideia deste especial sobre o retorno de uma TOUR do Avenged Sevenfold, contemplando novamente Porto Alegre (RS), é compartilhar o que não foi publicado aqui, a conversa com os fãs, suas lembranças e expectativas para este ano, bem como quem está indo pela primeira vez.
Há um quase consenso na Psicologia, o de que não podemos comparar o sofrimento de alguém como maior ou menor, visto que as experiências e os níveis de cada um são singulares; mas paira no ar uma maior aflição dentre os fãs do A7X, seja pelo número de ouvintes terem aumentado, pelo maior acesso às redes sociais e o contato mais frequente com fãs de outros oceanos. Mas fato é que Hail to the King Tour vem para consagrar que o trabalho da banda veio para marcar um novo tempo.
E essa visão de que a ânsia tem aumentado não foi tirada do nada não, kids, Shaiane Killian¹ (17 anos) diz que o show será seu presente de aniversário e que não vê a hora de estar perto deles depois de quatro anos acompanhando-os. Lucas Lopes¹ (18 anos) contou que este show será a realização de um sonho, pois já perdeu as contas de quantas vezes assistiu os shows da banda pelo Youtube.
“Mas é a primeira vez que eles vão ao show, é óbvio que eles estão ansiosos!”
E quem disse que isso é exclusividade de principiante? Camila Almeida² (20 anos), acadêmica de Psicologia, acompanha a banda desde 2007-2008 e também não vê a hora de retornar a um show da banda, de quem sabe fazer a ficha cair e ver que eles são mesmo de carne e osso. Do mesmo modo, Camila Seelig³ relembra que saiu sem voz, queimada de sol – pois ficou mais de 12h na fila (ATENÇÃO AO PROTETOR SOLAR, PESSOAL!) – e suada, mas com a certeza de que “foi o melhor dia da minha vida”, e acrescenta: “Esse ano vai ser mais louco que 2011, aproveitar o máximo a nova turnê, as músicas, amigos (…)”.
Algumas pessoas buscam esconder essas aflições e outras tem uma imensa vontade de compartilhar ela com outras pessoas. E esse último caso é o de Bruno Vargas² (21 anos), que diz ter apresentado o Avenged a vários de seus amigos, pois quando começou a ouvi-los, lá por 2009, não havia quase ninguém na cidade com camisetas da banda. Agora, mudando da popa para a proa do barco, muita gente pode ficar se perguntando “tá, mas como é que tanta gente está conhecendo a banda? Como isso começa?”. O relato de Bruno pode nos dar algumas pistas: o guri começou a curtir a banda através do jogo Need for Speed: Most Wanted, mas intensificou mesmo o lado fã após seu primo, Henrique Vargas ter lhe apresentado algumas canções.
Jogos, amigos, são meios de acessar o trabalho do Avenged, assim como as redes sociais – como é o caso de Douglas Both4 (25 anos), que através delas descobriu em 2007, os trabalhos mais antigos da banda, porém declarando que seus preferidos são os dois últimos (Nightmare e Hail to the King).
Se serve de conforto, uma fã de Ham Lake (MN, USA), Miranda Larson, que em abril irá assistir seu terceiro show da banda, dá uma dica aos fãs do Brasil: “Aproveitem!”, “os shows deles são mágicos (…) são simplesmente maravilhosos!”.
Mas não vai pensando que é moleza não, nas palavras de quem já foi, a espera na fila, o calor, fome e sede podem judiar, por isso se preparem! A Carolina von Poser (17 anos), nos contou que felicidade e medo eram suas companheiras desde que soube que a banda viria até sua cidade. “Eu nunca, na minha vida, tinha passado tantas semanas ouvindo o mesmo CD, sempre as mesmas músicas, na mesma ordem, só imaginando o quão perfeito seria quando eu finalmente os visse. E não foi pra menos. Pós ter passado super mal com o calor infernal, o sol nos olhos, a guerra de comida na fila, e o fato que de apanhei horrores na disputa de um lugar bem pertinho dos meus ídolos, eles fizeram uma apresentação, no mínimo, impecável. Sem atrasos, e com músicas a mais, até. A sensação de estar perto de pessoas que tu ama sem nem conhecer é algo indescritível. Ver eles ali, de perto, cantando as mesmas músicas que eu ouvi sem parar por quase 6 meses… Foi quase inacreditável. Foi lindo, maravilhoso. E eu faria qualquer coisa pra repetir isso, no mínimo, todos os anos.”
Outra curiosidade é que a maioria dos fãs, tanto os entrevistados neste especial, quanto em outros momentos, podem afirmar que fizeram amizades através do Avenged Sevenfold. O gosto musical em comum tende a aproximar pessoas que talvez nunca tivessem a oportunidade de se conhecer e isso, nossos entrevistados afirmam que poderão fazer no show do dia 22 de março.
Sobre como acreditam que será o show, Douglas nos trouxe uma visão diferente da que estamos acostumados a ouvir da maioria dos fãs e que se encaixariam em “vai ser o show da minha vida”, “vai ser muito f*da”, entre outras exclamações. Nas palavras do moço, a banda é “um mix de Metallica, Megadeth, tem muita coisa glam/hardrock como Guns, Skid Row…” e que vai ao show para ver a performance, a técnica, “como são ao vivo”.
Também músico e acadêmico de Biomedicina, o Leandro Chaves não irá no show deste ano na capital gaúcha, pois estará em seu intercâmbio na França, onde vai assistir o quinteto, no HellFest, em 21 de junho. O guri nos fala que é fã desde 2004, ali, logo depois do lançamento de Waking the Fallen. Seu primo mostrou algumas músicas do CD e foi o que bastou.
“Bah, o que comentar do dia 07 de abril de 2011?! O dia mais feliz da minha vida, a realização de um sonho. O que tornou o show mais especial foi como fiz para chegar lá. Com falta de dinheiro, sai com minha noiva (na época namorada) no carnaval aqui na minha cidade para vender cerveja e refrigerante, assim, em 3 dias, conseguimos tal verba. Referente ao show, todos os dias que o antecederam, o momento que peguei o ingresso na mão, é algo imensurável, tu ver à cerca de 10 metros de distância a tua banda preferida não tem preço. Não tenho muitas fotos do show, aliás, nem parei para tirar, mas tenho cada vez que ouço A7x a lembrança daquela quinta-feira”.
Mas quem já não fez loucuras para estar perto dos seus ídolos? Exclusividade de algumas tribos ou comportamento comum a quem venera? A Camila Seelig confessou que, por não ter grana suficiente para ir ao primeiro show, “quebrou o porquinho” e realizou seu sonho. Ana Paula Torri, de Santa Maria (RS) conta que ficou todo tempo na fila do show praticamente sem comer e beber nada, “torrando no sol”, se sentindo praticamente seca – assim como Carolina; o que só foi provado o contrário quando se viu desmanchar em lágrimas durante o show. E eu tenho certeza que alguns de vocês que estão lendo fizeram coisas parecidas, mas quando é por amor, por se sentir bem, tá valendo, não é? Só lembrando, não custa nada levar suprimentos para, na hora do evento, poder curtir a banda numa boa!
Mas e eu, o que eu tenho a dizer? Em breves palavras, até porque sou também fã do Avenged Sevenfold, desde 2002, é que eu desejo que esse show seja incrível para todos. Esqueci de me apresentar, não? Sou Paula Biazús (23 anos), graduanda em Psicologia, e este será meu terceiro show e que só será possível, pois quando eu mais precisei de suporte, um amigo me apresentou as canções da banda e que passaram a decorar a minha existência. Sei que muitos já ouviram que, em muitos aspectos, isso seria uma fase e que bacana pois é uma boa fase que dura há 12 anos. Já pensou? Agradecer às madrugadas ouvindo as canções desses caras e poder estar aqui, escrevendo para vocês e realizando esta troca, sobre algo que me deixa muito feliz (e ansiosa pra car**ho também), não tem preço.
Para quem leu “O Pequeno Príncipe” deve lembrar que a conversa que iniciou esse especial é uma fala da raposa, que o deseja ensinar a paciência. Esta arte, que precisamos dominar em muitos momentos de nossa vida e que se faz muito necessária frente às novidades dos shows que já aconteceram e do nosso, aqui em Porto Alegre que irá ocorrer semana que vem. Se me permitirem, gostaria de citar mais uma parte do livro, bem na sequência:
“- Que é um rito? perguntou o principezinho.
– É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. (…)”
Espero que, realmente, todos tenhamos uma bela experiência, que façamos desse dia algo bom de se lembrar, com a segurança necessária! Não esqueçam de ir com um calçado e roupas confortáveis, tomar bastante líquido, sorrir bastante, tirar muitas fotos, manter contato! E se quiser contar como foi esse dia para você, estaremos aqui, pois somos uma “fuckin’ family!”
DICA: Se você, pretende chegar pela manhã na fila (ou até mesmo de madrugada) para garantir um bom lugar dentro do PEPSI ON STAGE, é ideal levar muita água e alimentos com carboidratos e nutrientes para aguentar o tranco (lanches comuns, com queijo, presunto e manteiga são ótimas opções). Não se esqueça do protetor solar e opte por roupas confortáveis para curtir ao máximo esses dias que ficarão para sempre em sua memória. E vale sempre lembrar:
PEPSI ON STAGE
Abertura da casa: 19h
Início previsto do show: 22h
ATENÇÃO: a classificação etária do show é 14 ANOS. Se tiver 12 ou 13 anos só entra com os pais, sem exceções! E menores de 12 anos não entram.
OBS.:
1 Restinga Seca (RS).
2 Santa Maria (RS).
3 Esteio (RS).
4 Nasceu em São Borja (RS), criou-se em Santa Rosa (RS), hoje mora em Santa Maria (RS).
5 Nasceu em Porto Alegre (RS) e se mudou recentemente para Carazinho (RS) para cursar Direito.
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Nossa cobertura do show em 2011